sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Cadê a Natureza?

O canto dos pássaros eu não ouço,

Ouço um barulho que me alucina,

Uma mistura de gritaria e buzina.

Cheiro de flores eu não sinto,

Sinto um cheiro que me alucina,

Uma mistura de peido, esgoto e gasolina.

As árvores eu não vejo,

Vejo algo que me faz chorar,

O verde ficando cinza, pois um babaca foi queimar.

Tudo vira fóssil,

Tudo ficará em extinção

E os ignorantes gritam para a fauna e flora:

---- Ih, Fora! Ih, Fora!

Para os indivíduos pequenos é difícil

Reclamar da construção de edifícios.

Isso me faz refletir em uma frase:

“Se dinheiro desse em árvore,

Todo mundo preservaria a natureza.”

Para os pobres de consciência

Isso faz parte de sua memória.

Para eles faz parte do instinto,

Eles acham maneiro desmatar por dinheiro,

Melhor eu parar... para não me irritar.

Cesar Terra

12/08/2011




Cartas De Um Miserável

Até quando vamos viver na hipocrisia

Imposta pela sustentabilidade? Diga-me!

E quando os políticos falarão a verdade?

Tudo que falam não passa de maquiagem,

Só querem saber de nossos impostos,

Dizem promessas para ganhar votos.

Dinheiro, dinheiro e mensalão,

A verdade é que isso é uma sacanagem,

Lucram pelas nossas costas

E não demonstram um ato de gratidão,

Não me dão um prato de arroz com feijão

Enquanto comem caviar em sua mansão.

Tenho tanta sede que no meu choro

Não sai nenhuma gota de lágrima,

Eles vivem com champanhe e uísque,

E eu em uma realidade triste,

Fico então a catar alpiste,

Alpiste que a velhinhas jogam para os pombos.

Para eu ser um pombo agora

Só me faltam asas, já que moro no lixão.

Se eu tivesse asas, voaria da minha realidade,

Aonde eu teria um colchão em vez de papelão,

Uma casa em vez da calçada da praça,

Estaria numa escola em vez de pedir esmola,

Teria uma família com muito afeto,

Não dormiria no lugar em que defeco.

Isso eu sei que não vai acontecer,

Pois os ricos vivem a me coagir,

Na rua sou tratado como um porco.

Por dentro sou um ser oco,

Tenho apenas a capa de um corpo

Já que a fome corroeu-me por dentro.

Por favor, deixe-me comer um resto de comida? Eu imploro.

Mas eles nos esnobam sempre,

E preferem jogar a comida fora,

Será que não sou digno nem de sobra?

Por um osso de galinha dou até cambalhota.

Você que lê esta carta de um miserável,

Não chore não.

A verdade é que essa calamidade,

Está escondida por trás da corrupção,

Esta é a minha realidade,

Mas quero voar para longe dela,

E ter a chance de ter uma vida de verdade.

Mas como, se não como?

Cesar Terra

29/04/2011

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Meu Conforto

Não vejo a hora de pegar o "busão",
Com destino a Tijuca,
Com destino a você também,
Depois é só deitar e descansar.

No caminho vou pensando só em uma coisa,
(O bom que não preciso dizer o que!)
O que a distância tenta separar,
É o que eu tento unir a cada dia.

O pior da viagem é que tenho que voltar,
O pior de voltar é ficar longe de você,
O pior de ficar longe de você, é te perder.

O pior de te perder é chorar,
Mas as lembranças ficam pra me confortar,
Pena que meu maior conforto é você.

Autor: Cesar Terra