sexta-feira, 17 de julho de 2015

Lua Nua

O canto da cara tua,
Sorriso sem graça da Cacatua.
Passos dados sobre dados,
Dados os passos, siga o salto.

Salto quinze, quinze metros do sol,
Que brilha a vermelhidão,
Do rosto da Lua Nua,
Pois sem engraçou com a presença tua.

A Lua que tem suas faces,
Uma hora míngua, outrora cheia,
Outrora crescente em mim,
Outrora se faz nova,cadê você? 

E a distância que se faz em nós,
Desata os nós tudo se encurta,
Frente a frente, fecho as cortinas
E o mundo se apaga para a gente se amar.

Cesar De Mendonça


segunda-feira, 1 de junho de 2015

O Sorriso, o amor e o Abraço

A maior arma é munida de dentes,
O maior sentimento é munido de batidas,
O maior gesto é munido de braços,
Eu sou munido de todos eles.

Nada disso existe se não for por querer,
Se não for pela gentileza da gente por outro ser.
É pedir muito, pedir paz?
No mínimo pensam em querer mais.

Tchau gratidão, a ganância deu a mão.
Deu a mão a esse mundão,
E as pessoas acolherem,
Que banal, que fútil, que supérfluo.

E você que só pensa em si,
Olhe pra mim e veja do que estou munido,
Cadê o que te fez chegar aqui?
Mais do sorriso, o amor e o abraço. Menos de si.


Cesar de Mendonça Gonçalves Santos

domingo, 10 de maio de 2015

O Santo Manco Do Canto

Joguei um manto lá num canto,
Caiu sobre a cabeça de um santo
Santo qualquer, cantando Dó e Ré.
Sobre o brilho da lua se agacha em pé.

O primeiro gole é dele,
Por isso sempre está bêbado.
Santo no canto, um bêbado manco.
Manco ou Torto? Eita santo.

Nunca sai desse canto,
Encanto, encantando santo manco.
Mais uma primeira dose,
No canto desce um cachoeira de santa dose.

Santa dose pro santo do canto,
Não consegue nem mais voar,
Asa sem pena, nuvem sem algodão.
Apenas num canto, tchau santo manco.

Cesar De Mendonça

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

O Novo Invento

 Transforme o normal no surreal,
Apesar, o que será o normal?
Existe?
Ou o normal é surreal?

É uma modalidade de alienação,
Mas hoje senti que com o vento,
De vento em vento, invento,
O abstrato,
Imaginação, imagem, ação.

Sem modinha, sem frescura,
Sinta o brisa, o vento,
Faça o invento,
Um novo argumento.

Se não fosse o novo invento,
O que seríamos?
Por isso que de vento em vento
INVENTO!

Cesar De Mendonça

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Sou O Que Nada Sou

Não sei se tenho censo ou senso,
Se prefiro flores ou compro incenso,
Se te tenho um sorriso ou te lamento,

Se sou ou apenas penso.


Mas se "penso logo existo",
Ou será apenas mais um mero capricho?
De achar meu significado.
Ou se sou sem significado, apenas bicho.

Tudo é muito relativo,
Depende de como começou o meu castigo,
Será que sou alguém "sem migo"?

Sou apenas abrigo de pensamentos,
Pensamentos de cabeças-de-ventos,
Já sei o que sou, nada sou.

Cesar Terra

quinta-feira, 28 de março de 2013

Um Gole de Vinho

Palavras roucas, poesias poucas,
Sem roupas, vestida por atos.
Se joga aos lençóis, cama-de-gato,
Um gola de vinho, esquece os fatos.

Pisa descalça na passarela,
Que é sua sala amarela,
Ao som da linda "Aquarela",
Um gole de vinho, somos a "Bela e a Fera".

Um ato de drama, seu quarto nos chama,
Exibe então sua fama na cabeceira da cama.
Um gole de vinho, abraços sacanas.

O sol e a lua na horizontal, aqueceu,
A lua e o sol se beijando, ferveu.
Um gole de vinho, despedida, amanheceu.

Cesar Terra

segunda-feira, 25 de março de 2013

Enfim Beija-Flor

Voe Beija! Encontre sua Flor,
Não deixe que aquele orvalho
Vire uma lágrima em suas pétalas.

Voe Beija! Não deixe!
Não deixe que a sua bailarina dos campos
Pare de dançar a paixão.

Voe Beija! Mas agora repouse na árvore mais bela.
Pela manhã continue sua jornada
Ao encontro de tua Flor apaixonada.

Voe Beija! Já está chegando!
E quando chegar não esqueça,
Declame o poema que fizeste com o sol.

Pare Beija! Já chegou ao encontro da Flor!
Agora chame o casamenteiro Amor,
E ele dirá: "Agora os declaro
Para sempre Beija-Flor".

Autor: Cesar Terra